Plantio voltado para biocombustíveis é a principal causa da alta explosiva nos preços de alimentos
Poderosos norte-americanos, europeus e japoneses continuam seu antigo processo de dilapidar a África e seu povo, desta vez usando o solo africano para produzir biocombustíveis em todo o continente - o que representa uma ameaça para os africanos e o mundo inteiro (em termos de alimentação).A Prokon (alemã) iniciou o plantio em grande escala de Jatropha curcas, ricas em óleo, esperando cultivar 200 mil hectares na Tanzânia (área do tamanho de Luxemburgo). 11 milhões de hectares em Moçambique (mais de um sétimo do território total do país) estão sendo disputados por financistas dos Estados Unidos, Canadá, Holanda, Noruega, Inglaterra, Suécia, Alemanha e Japão), e o governo da Etiópia disponibilizou 24 milhões de hectares para os estrangeiros. Em Gana, a empresa Biofuel Africa (norueguesa) vai cultivar 38 mil hectares, e a Sun Biofuels voltou-se para Etiópia e Moçambique. A Kavango BioEnergy (inglesa) vai investir na Namíbia. Outras firmas ocidentais voltam-se para Maláui e Zâmbia, onde pretendem produzir biodiesel e etanol a partir da Jatropha curcas, do óleo de palmeira e da cana-de-açúcar. Segundo especialistas, até 75% do aumento dos preços dos alimentos pode ser atribuído a esta mudança do tipo de lavouras cultivadas.